• O que a conduta profissional pode dizer sobre a sua organização

    Gostaria muito de compartilhar este conhecimento com vocês: um estudo liderado pelas doutoras Christine Pearson e Christine Porath, tinha o objetivo de investigar sinais de alerta para riscos de homicídios no ambiente de trabalho. Acredito que pelas histórias reveladas, ambas decidiram dar outro rumo ao levantamento, iniciando uma jornada científica para entender mais a fundo como atitudes desrespeitosas e impensadas podem impactar negativamente os negócios.

    Partindo da própria pesquisa científica em conjunto com histórias envolvendo criminologia, educação e psicologia, o estudo analisa e associa atitudes negativas à ideia de incivilidade, ato que à primeira vista pode parecer inocente, porém, é uma cultura perigosa se observada de perto. Segundo as doutoras, incivilidade “não é um fenômeno objetivo; reflete a interpretação subjetiva de ações das pessoas e como essas ações fazem com que elas se sintam” (Pearson e Porath, 2009, p. 12).

    Fiquei sabendo da pesquisa por meio do artigo da Vânia Bueno, que pode ser lido no livro da Margarida Kunsch chamado Comunicação Organizacional Estratégica. Para saber mais sobre a pesquisa, você pode ler mais no livro “The Cost of a Bad Behavior: How Incivility Is Damaging Your Business and What to Do About It”.

    Esta introdução visa abrir um debate para o íntimo das corporações, levando em consideração que nós somos organismos vivos habitando uma estrutura que só é viva porque há relacionamento. E esta prática diária deve ser saudável e respeitosa, lembrando que a liberdade do outro termina quando a sua se inicia. Eu, particularmente, entendo que há uma linha imaginária, que divide o espaço de um indivíduo do outro e cabe a nós entender e respeitar esse limite (espaço).

    Quando falamos de relacionamento interpessoal, assumimos que há uma série de pessoas que partilham de ideias diferentes e personalidades que podem conflitar com os nossos próprios valores, mas isso não quer dizer que isso deva incitar atos de incivilidade, muito pelo contrário, o exercício proposto é manter um relacionamento saudável e com sentido, valor que orienta qualquer relação.

    Para que isso aconteça, entender a importância da corresponsabilidade dentro das organizações é outro passo de grande valor. Se você, por exemplo, está passando por um problema e acredita não fazer parte dele na sua empresa, como poderá fazer parte da solução? Afinal, se há um problema certamente não está ligado à estrutura física em si. Existe, única e exclusivamente, o fator humano. É preciso transformar o nosso olhar para o outro, assim como os nossos julgamentos em curiosidade e nossos feedbacks em reais diálogos no intuito de alcançar maturidade organizacional. E isso vale para quaisquer empresas e de quaisquer tamanhos.

    Recentemente, apliquei dois exercícios na empresa na qual faço parte: os insights ao invés de meros feedbacks, com práticas sinceras de diálogo que, segundo o filósofo francês Edgar Morin, exigem abertura, simpatia e generosidade; e a criação de “combinados” – ações que ajudam a entender e respeitar o espaço do outro – o que já gerou em minha equipe uma capacidade impressionante de avançar diante das adversidades profissionais e emocionais.

    Posso dizer que diariamente sou desafiada pelos meus mentores e, também, pelos meus “liderados” e, por isso, sinto a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre o meu papel dentro da organização em que atuo. Ser líder é o processo de conduzir um grupo de pessoas. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados para que contribuam da melhor forma com os objetivos do grupo ou da organização (Chiavenato, 2008).

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