• A imparcialidade do jornalismo morreu com a eleição de Donald Trump

    Na última semana, falamos sobre a eleição de Donald Trump e sua relação com o marketing corporativo. De fato, a conquista do empresário deixou o mundo de queixo caído. Ninguém esperava. A maioria dos eleitores americanos não acreditava, as pesquisas diziam que a vitória de Hillary Clinton era praticamente certa e a imprensa torcia, isso mesmo, torcia sem qualquer pudor pela vitória da democrata. O resultado todos pudemos acompanhar: análises apaixonadas, opiniões contrárias ao desfecho da campanha e previsões catastróficas para o mandato do republicano.

    Um comentário que muito chamou minha atenção foi o da apresentadora Rachel Maddow, da MSNBC. Logo após o anúncio da vitória, a jornalista – depois de um longo suspiro – desabafou ao vivo:

    “A propósito, você está acordado. Você não está tendo um terrível pesadelo. E você também não está morto nem chegou ao inferno. Esta é sua vida agora. Essa é nossa eleição. Isso somos nós. Esse é o nosso país. É real”.

    https://www.youtube.com/watch?v=hdGqsj9pNqA

    Aqui no Brasil o tom de incredulidade da imprensa foi constrangedor. Todos os veículos, sem exceção, noticiaram a eleição de Trump com o humor de velório. Uma tristeza só.

    É claro que, a contar pela campanha eleitoral que acompanhamos, os próximos quatro anos não serão fáceis, já que é impossível saber o que se passa na cabeça do novo presidente americano. O que se esconde por baixo daqueles fios dourados milimetricamente escovados? Porém, a vitória de Trump teve, a meu ver, um ponto muito positivo. Ela acabou de uma vez por todas com o dogma da imparcialidade dos veículos de comunicação.

    Propagada como um dos mandamentos essenciais do bom jornalismo, a imparcialidade – se é que um dia ela existiu – esteve ausente do início ao fim dessas eleições. A imprensa tomou partido. Apoiou Hillary. E perdeu. Agora a mídia de todo o mundo deverá assumir as consequências desse comportamento, ficando na oposição ao governo Trump.

    A partir de 2017, imparcialidade, isenção e neutralidade, definitivamente, não farão mais parte dos manuais de redação.

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